As autoridades polonesas investigam uma série de ciberataques que perturbaram serviços digitais e ex dados pessoais de grandes empresas. Entre os alvos estão uma instituição de crédito on-line e o principal sistema de pagamentos móveis do país, o Blik. O ministro de Assuntos Digitais, Krzysztof Gawkowski, afirmou que os ciberataques contra a infraestrutura pública e privada da Polônia estão se tornando “comuns”, com milhares de relatos de incidentes diariamente.
Leia também
Polônia eleva orçamento de ciberdefesa para US$ 1,1 bilhão
Polônia alega ser alvo de ataques cibernéticos de hackers pró-Rússia
Múltiplas empresas e dados pessoais roubados
A plataforma de empréstimo on-line A SuperGrosz, operada pela AIQLABS, sofreu uma grande violação, com o roubo de dados pessoais de pelo menos 10.000 clientes, incluindo nomes, endereços, números de identidade, números de contribuintes, contatos telefônicos, detalhes de emprego e números de contas bancárias. A empresa alertou que a dimensão do ataque pode ser maior e pediu aos clientes que se atentem a atividades fraudulentas relacionadas ao crédito. Em um incidente separado, hackers lançaram um ataque de negação de serviço distribuído (DDoS) contra a infraestrutura de pagamentos, interrompido brevemente o Blik, o sistema de pagamentos móveis usado para transferências instantâneas e saques. O Blik afirmou que os serviços foram restabelecidos após “problemas temporários no processamento de pagamentos”. Outro ataque teve como alvo Nowa Itaka, a principal agência de viagens da Polônia, vazando nomes, e-mails e números de telefone de clientes, embora a empresa tenha afirmado que detalhes de reservas, dados financeiros e senhas de contas não foram afetados.
Ameaça e a expansão da “guerra híbrida” russa
As autoridades não confirmaram se os incidentes estão relacionados, mas o ministro Gawkowski afirmou que o ataque ao Blik “leva à Rússia”, chamando o evento de “o próximo estágio da guerra híbrida”. A Polônia, um aliado importante da Ucrânia e membro da OTAN, enfrentou um número crescente de intrusões cibernéticas desde a invasão de Moscou em 2022. Gawkowski alertou que 2025 poderá se tornar um ano recorde para ataques cibernéticos, com agentes estatais e violações expandindo o foco de serviços públicos locais para sistemas financeiros e de energia. O ministro destacou que a atividade russa é mais grave porque tem como alvo infraestruturas críticas essenciais para a manutenção da vida normal.
