Com as empresas enfrentando um cenário econômico desafiador de inflação em crescimento, juros elevados e custos crescentes em serviços essenciais, como a TI, a nacionalização da infraestrutura de nuvem é alternativa para reduzir custos e garantir a repatriação e segurança dos dados. Esta é a avaliação de Cristian Aires, Diretor de Operações da Under, provedor de infraestrutura de TI e serviços Cloud, e que está investindo na oferta de nuvem privada e Bare Metal (servidores dedicados) como alternativa aos custos das nuvens públicas e às constantes altas do dólar.
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A proposta apresentada por Aires é uma combinação entre servidores dedicados (Bare Metal) e múltiplas nuvens (multicloud) para dimensionar os recursos de aplicações e dados de vários provedores de nuvem pública e privada. Neste contexto, os servidores Bare Metal oferecem recursos dedicados e eliminam a sobrecarga de hipervisores e reduzem os custos de processamento, memória, armazenamento e transferência de dados. “É uma solução ideal para desempenho elevado de máquina ou processamento de grandes volumes de aplicações e dados, permitindo atender a uma das principais critérios das organizações: a repatriação de dados, que permite cumprir as disposições da LGPD”, afirma.
Cristian Aires relaciona as nuvens públicas de grandes hiperescalas com os custos de maior peso no orçamento das empresas, mesmo que elas possam oferecer flexibilidade, escala global e acesso a tecnologias avançadas. No entanto, garante-lhe, elas são um desafio significativo para o equilíbrio financeiro da TI, “principalmente porque os modelos de nuvem baseados em consumo por demanda nestes provedores executam cobranças em dólar, criando uma imprevisibilidade orçamentária e tornam essas nuvens muito caras para consumo elevado. Para muitas empresas, a migração total para grandes hiperescalas não é financeiramente sustentável, levando à busca por alternativas mais econômicas e estratégicas”, alerta o executivo.
O modelo de multicloud tem se destacado como alternativa para as empresas no Brasil porque permite distribuir aplicações entre diferentes provedores, podendo escolher o ambiente ideal para cada necessidade de negócio. “As nuvens tradicionais continuam sendo essenciais para aplicações que exigem alta especificidade ou recursos proprietários, como inteligência artificial e analítica em tempo real. Por outro lado, as cargas de trabalho estáticas ou com altos volumes de dados podem ser realocadas para ambientes locais ou lucros, custos operacionais sem sacrificar desempenho”, acrescenta.
Cristian Aires conta que muitos provedores de Bare Metal nacionais já oferecem servidores de virtualização pré-implantados e gerenciados, tornando este modelo uma solução integrada que combina o desempenho dedicado do Bare Metal com a conveniência de uma plataforma gerenciada, possibilitando a criação de máquinas virtuais e containers de maneira simples e eficiente.
Além disso, alguns desses provedores estão entregando opções de interconexões diretas com as principais nuvens globais, como AWS, Microsoft Azure, Google Cloud e Oracle, em qualquer região onde operem. Isso facilita significativamente a implementação de estratégias multicloud, permitindo que empresas conectem de maneira segura e eficiente seus ambientes Bare Metal a serviços de nuvens públicas de grandes hiperescalas, aproveitando o melhor dos dois mundos.
Com essas características, o Bare Metal com virtualização gerenciada e conectividade direta está se consolidando como uma alternativa poderosa às soluções tradicionais. Para empresas que buscam eficiência, controle e custo-benefício, essa combinação oferece a flexibilidade necessária para atender demandas complexas em arquiteturas multicloud.
A combinação entre Bare Metal e multicloud com interconexões privadas oferece uma série de benefícios estratégicos. A conectividade multicloud elimina a necessidade de usar a internet pública, diminuindo a latência e os riscos de segurança, como ataques DDoS e com custos por GB de transferência de dados menores que na internet. “Além disso, a redundância distribuída fornecida por essa abordagem aumenta a resiliência, garantindo continuidade operacional mesmo em casos de falha”, aponta Aires.
Ao distribuir aplicações entre os provedores, as empresas podem maximizar a eficiência e minimizar custos. “Aplicações de monitoramento e análise, por exemplo, podem se beneficiar de nuvens públicas de grandes hiperescalas com alta capacidade de processamento, enquanto sistemas menos críticos ou estáticos são alocados em ambientes de custo mais baixo. Esse modelo híbrido permite atender às demandas operacionais com maior flexibilidade e segurança”.
Para 2026, Cristian Aires aponta a multicloud combinada com tecnologias como o Bare Metal e soluções de virtualização modernas, como resposta para os desafios econômicos e operacionais, impactados fortemente pelas constantes altas do dólar.
“Essa abordagem permite que as empresas reduzam custos, atualizem o acesso às tecnologias de ponta e garantam resiliência em suas operações. Planejada especificamente, esta arquitetura não apenas otimiza a infraestrutura de TI, mas também se torna um diferencial estratégico, capaz de transformar custos em investimentos competitivos e sustentáveis”, finaliza o executivo.
