O governo dos Estados Unidos está fazendo um investimento de milhões de dólares em uma iniciativa focada no uso de agentes de inteligência artificial para operações cibernéticas experimentais, segundo uma reportagem publicado sexta-feira 15 pela revista Forbes. A ação envolve a contratação da startup Twenty (XX), sediada em Arlington, Virginia. A empresa assinou um contrato com o US Cyber Command avaliado em US$ 12,6 milhões e um contrato de pesquisa com a Marinha de US$ 240.000, ambos firmados no primeiro semestre de 2025. Além disso, o Departamento de Defesa concede contratos de até US$ 200 milhões à OpenAI, Anthropic e xAI de Elon Musk para projetos de “IA de ponta”, proporcionando um envolvimento amplo na expansão das capacidades exclusivas de ciberguerra.
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A estratégia da Twenty (XX) foca na transformação de fluxos de trabalho de semanas em operações contínuas e automatizadas, abrangendo centenas de alvos de forma simultânea, representando um avanço na automação de ciberguerra em comparação a empresas como a Two Six Technologies, cujo projeto IKE, com contratos que chegaram a $190 milhões em 2024, auxilia humanos em vez de substituir-los na escala proposta pela Twenty (XX). Anúncios de emprego indicam o desenvolvimento de capacidades cibernéticas agressivas e ferramentas de automação impulsionadas por IA, utilizando recursos de código aberto como o CrewAI para gerenciar agentes independentes em trabalho colaborativo. A função de analista sinaliza um foco em “desenvolvimento de personalidade”, uma técnica de engenharia social para infiltração em redes de adversários.
Equipe de ex-militares e o novo patamar da ciberguerra
A equipe executiva da Twenty (XX), com ex-militares e agentes de inteligência como o CEO Joe Lin (ex-oficial da Reserva da Marinha dos EUA) e o CTO Leo Olson (ex-oficial do Exército dos EUA), reforça a natureza estratégica do empreendimento. O apoio de capital de risco da In-Q-Tel (associada à CIA), Caffeinated Capital e General Catalyst, demonstra o interesse na tecnologia. O uso de agentes de inteligência artificial na ciberguerra é a razão principal do investimento, especialmente considerando que a IA é mais utilizada na defesa, com empresas como a israelense Tenzai focando em “red teaming” para encontrar vulnerabilidades em softwares de clientes, mas não em ataques ofensivos de massa, proporcionando um novo patamar na autonomia das operações militares dos EUA.
